Esta página recolhe informação sobre a minha intervenção na área da promoção da leitura pública, iniciada em 2007-2008 com Escaparate, prosseguida em 2008-2009 com Os Livros Ardem Mal e, após um breve interregno, retomada em 2012 com Páginas Tantas. A ideia foi sempre a mesma: falar de livros em público, tentar mostrar como o livro pode ser um assunto entusiasmante. Estas iniciativas tiveram como elementos comuns o facto de decorrerem no Teatro Académico de Gil Vicente e serem projetos coletivos. Após um intervalo de cinco anos, regressei em 2017 a este tipo de sessões com Livros & Companhia, que tem agora lugar no Salão Brazil e é um projeto “a solo”, embora mantendo um convidado por sessão. Optei por apresentar essas iniciativas por ordem inversa, começando na mais recente. Incluem-se ainda, no final, informações relativas à minha participação em lançamentos de livros e outros eventos dessa ordem.
LIVROS & COMPANHIA
Livros & Companhia, o mais recente dos programas de promoção do livro em que me envolvi, é uma conversa sobre livros. Não necessariamente sobre livros recentes, procurando extrair deles aquilo que torna a nossa vida mais intensa e, ao mesmo tempo, nos ajuda a refletir sobre a dificuldade (mas também a necessidade) de verbalizar experiências marcantes e mesmo formativas. Com especial incidência em livros sobre música, cinema, literatura ou outras artes e disciplinas, Livros & Companhia explora formas de pensar aquilo que nos faz contemporâneos do presente ou do passado. No Salão Brazil, uma vez por mês, com um convidado em cada sessão, e com a ajuda musical (e, sobretudo, programática) de Gil Scott Heron na abertura. Este site irá dando notícia das sessões, quer na Agenda, quer em posts.
PÁGINAS TANTAS
O terceiro programa de promoção da leitura em que estive envolvido, com Ana Maria Machado, Ricardo Namora e Rui Bebiano, que transitou da equipa de Os Livros Ardem Mal. Com o apoio do novo Diretor do TAGV, Fernando Matos Oliveira, durou de janeiro a julho de 2012 e teve 7 convidados. O esquema das sessões era idêntico ao de Os Livros Ardem Mal, com uma diferença qualitativa importante: em cada sessão a obra do autor convidado era objeto de uma exposição dupla: os livros eram expostos em vitrina e, além disso, excertos de textos e iconografia eram expostos, em reprodução, na parede do foyer, desdobrando-se assim a conversa numa exposição que seguia os protocolos das galerias de arte, durando até à sessão seguinte. Obviamente, nada disto teria sido possível sem o trabalho da equipa do TAGV. Criámos também um blog, Tantas Páginas. Um blog sobre livros & demais coisas úteis.
Dulce Maria Cardoso tinha acabado de publicar O Retorno, pelo que esse livro foi o foco da conversa da primeira sessão. Na paredes expusemos excertos do livro e de outros livros da autora, convidando os clientes do café do Teatro Académico de Gil Vicente a ler esses textos.
O segundo convidado foi Duarte Belo, fotógrafo, que tinha acabado de publicar O Núcleo da Claridade. Entre as palavras de Ruy Belo (a folha de sala explora uma foto da máquina de escrever de Ruy Belo). As paredes do foyer ficaram repletas de fotos de Duarte Belo, em exposição intitulada Palavra, lugar. Fotos da exposição podem ser vistas aqui.
O convidado de março foi o cineasta João Botelho e o programa em torno da sessão foi o mais ambicioso do Páginas Tantas. Exibiu-se “Tempos Difíceis”, a adaptação fílmica de Dickens por Botelho, com data de 1988, filme raramente exibido e nunca editado em dvd.
Exibiram-se ainda, nas Sessões do Carvão no Edifício das Caldeiras, várias das adaptações fílmicas de obras literárias realizadas por Botelho, nesse aspeto o mais literário dos cineastas portugueses depois de Manoel de Oliveira.
Finalmente, explorou-se o vasto trabalho de design gráfico de João Botelho (aliás, João B.) no domínio do livro, desde A Regra do Jogo até aos catálogos da Cinemateca e a várias outras editoras, com especial atenção ao seu trabalho de ilustrador dos livros de Manuel António Pina para crianças.
O convidado de Abril foi o sociólogo Boaventura de Sousa Santos e a sessão foi das mais concorridas. Nas vitrinas exibimos os seus livros e, nas paredes, uma série de fotos, excertos da obra e um “Dicionário de BSS”.
O convidado de Maio foi Jacinto Lucas Pires, de quem o TAGV exibira, em fevereiro, o monólogo Adalberto Silva Silva, para o ator Ivo Alexandre. A conversa versou, em especial, O verdadeiro ator, romance que JLP publicara em 2011, poucos meses antes da sessão.
O convidado de junho foi o geógrafo Álvaro Domingues, autor do díptico A Rua da Estrada (2010) e A Vida no Campo (2011), dois livros epocais sobre o Portugal contemporâneo. A exposição usou as fotos de Domingues e os textos que as legendam, de forma certeira, nos livros em causa.
O convidado de julho foi o desenhador e ilustrador Bernardo Carvalho, da editora Planeta Tangerina. Foram exibidos os seus livros e as paredes ficaram por conta das suas magníficas ilustrações.
OS LIVROS ARDEM MAL
O segundo projeto de leitura pública em que estive envolvido, em boa medida um desenvolvimento do primeiro, no qual tentámos aprender com os erros. O nome proveio de um romance do galego Manuel Rivas. Assim, com a participação do Centro de Literatura Portuguesa, e com o renovado apoio do Diretor do TAGV, Manuel Portela, passámos a trazer pessoas de fora de Coimbra e a centrar as sessões no convidado. De modo a conseguirmos um impacto mais alargado, criámos um blog, que, à data do seu fecho (a 8/3/2010), viu-se distinguido com um prémio então criado para blogs. A equipa transitou do Escaparate, mas foi acrescentada episodicamente, nas sessões, por Catarina Maia e Miguel Cardina, e no blog, além destes, também por Ana Bela Almeida e Sandra Guerreiro Dias. O programa durou de outubro de 2008 a julho de 2009 e teve bom acolhimento do público e da crítica. As editoras apoiaram enviando livros solicitados pelos membros da equipa, tal como já ocorrera, aliás, com o Escaparate. Refira-se, por fim, que a equipa do TAGV que acompanhou o programa foi inexcedível no seu profissionalismo, tal como já sucedera com o Escaparate e como viria depois a ocorrer com o Páginas Tantas.
ESCAPARATE TAGV. MENSÁRIO DA ATUALIDADE EDITORIAL
O primeiro projeto de intervenção no domínio da «leitura pública», em aceção lata, em que participei, e que durou de novembro de 2007 a julho de 2008. Mobilizou quatro pessoas, de três disciplinas (estudos literários, história e antropologia) e duas Faculdades, cujo perfil se pode ler abaixo, no verso da folha de sala de uma das sessões. A proposta do programa mereceu o melhor acolhimento por parte do então Diretor do TAGV, Manuel Portela. Com periodicidade mensal e um dispositivo simples, definia-se por cada um dos seus membros propor um ou dois livros lidos recentemente, que apresentava de modo não demasiado sumário. A partir da segunda sessão passou a contar com um convidado, a quem cabia apresentar também um livro da sua predileção.
LANÇAMENTOS E OUTROS EVENTOS
Apresentação do romance de Mário Lúcio, O Novíssimo Testamento (edições D. Quixote), na sessão de atribuição do Prémio Carlos de Oliveira, na Biblioteca Municipal de Cantanhede, a 9 de outubro de 2010.
Participação, com João Botelho, na mesa-redonda de homenagem a Manuel António Pina, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Santo Tirso, a 24 de Março de 2013. Integrada na iniciativa «O país das pessoas de pernas para o ar», com que a Câmara Municipal de Santo Tirso homenageou o escritor.
Apresentação de Rui Lage, nas Quintas de Leitura do Teatro do Campo Alegre, em sessão com o título «Um arraial português» e incluindo um concerto de A Naifa, a 20 de junho de 2013.
Apresentação do livro Todas as ruas do mundo (Editora Do Lado Esquerdo), de Adolfo Luxúria Canibal, no Salão Brazil, Coimbra, a 6 de julho de 2013.
Apresentação do livro Almada por Contar (edição BNP/Babel), com Sílvia Laureano Costa, uma das organizadoras do volume, na FNAC Coimbra, a 12 de dezembro de 2013.
Apresentação do livro O Exercício da Violência. A Arte enquanto Tempo, de Helder Gomes Cancela (Companhia das Ilhas, Lda.), na Livraria Miguel de Carvalho, a 20 de março de 2014.
Apresentação de Eterno Domingo. O futebol em oito jornadas, de Ricardo Namora (Lápis de Memórias), na Livraria Almedina Estádio, Coimbra, a 27 de novembro de 2014.
Apresentação, com Pedro Pousada, do livro Deus e Caravaggio. A Negação do Claro-Escuro e a Invenção dos Corpos Compactos (Imprensa da Universidade de Coimbra), de Carlos Vidal, na Casa Municipal da Cultura de Coimbra, a 4 de dezembro de 2014.
Apresentação do livro Teoria da Literatura e Interpretação. O Século XX em 3 Argumentos (Imprensa da Universidade de Coimbra), de Ricardo Namora, no Centro de Literatura Portuguesa da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, a 22 de janeiro de 2015.
Escolha e comentário dos filmes Noite e Nevoeiro, de Alain Resnais, e Shoah, ep. 1, de Claude Lanzmann, na sessão das Quintas do Conservatório, Coimbra, dedicada à Evocação do Holocausto, a 19 de março de 2015.
Apresentação do filme de John Carpenter, In The Mouth of Madness, no programa «Inadaptações: filmes com livros», do evento «Dias do Desassossego 2015», organizado pela Casa Pessoa e pela Fundação José Saramago, no Cinema Monumental, Lisboa, a 21 de novembro de 2015.
Apresentação do livro Falso Movimento. Ensaios sobre Escrita e Cinema. Organização de Clara Rowland e Tom Conley (Livros Cotovia), na Cinemateca Portuguesa, Lisboa, a 28 de maio de 2016.
Conversa com Ricardo Araújo Pereira, no lançamento do seu livro A doença, o sofrimento e a morte entram num bar. Uma espécie de manual de escrita humorística (Edições Tinta da China), a 12 de dezembro de 2016, no Anfiteatro II da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.
Participação no debate em torno do livro de Serge Daney, O cinema que faz escrever (Angelus Novus, Editora), no seu lançamento no Espaço Nimas, Lisboa, a 23 de janeiro de 2017, com Clara Rowland, Francisco Frazão, Susana Nascimento Duarte e Paulo Branco, a que se seguiu a exibição do filme Trás-os-Montes (1976), de António Reis e Margarida Cordeiro.
Participação no lançamento do livro Carta a Ângela, com José Manuel Mendes (organizador do volume), no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, a 1 de abril de 2017.
Conversa com Adriana Calcanhotto, no lançamento do seu livro É agora como nunca. Antologia incompleta da poesia brasileira contemporânea (Livros Cotovia), a 27 de abril de 2017, na Sala do Carvão da Casa das Caldeiras, Universidade de Coimbra. Participação nos lançamentos do livro em Braga, a 3 de maio de 2017 (Livraria Centésima Página) e no Porto, a 4 de maio de 2017 (Livraria Flâneur).
Mesa-redonda, com Joana Matos Frias e moderação de Rita Patrício, sobre a memória futura das literaturas de língua portuguesa do século XXI, nas Jornadas da licenciatura de Estudos Portugueses e Lusófonos da Universidade do Minho, a 2 de maio de 2017, elegendo 6 títulos relevantes dessas literaturas.
Conversa com Nuno Júdice, no lançamento do nº 195 da revista Colóquio-Letras (que inclui um dossiê temático sobre Carlos de Oliveira), no Museu do Neo-Realismo, em Vila Franca de Xira, no dia 6 de maio de 2017.
Apresentação do romance A estrambótica aventura do Senhor Martius von Gloeden, o caçador de orquídeas (Gradiva, 2017). Obra vencedora da 4ª edição do prémio Carlos de Oliveira, patrocinado pela Câmara Municipal de Cantanhede, no dia 20 de janeiro de 2018.
Apresentação de A Ciência das Sombras (Relógio d’Água), de Bernardo Pinto de Almeida, na Casa Fernando Pessoa, Lisboa, no dia 23 de janeiro de 2018.
Apresentação de Poesia Reunida, de Manuel Resende (Livros Cotovia), no MIRA Forum, Porto, a 9 de junho de 2018.