Carlos de Oliveira na Colóquio-Letras: espólio e ensaios

Saiu recentemente o nº 195 da revista Colóquio-Letras, que inclui um dossiê temático sobre Carlos de Oliveira. Fui o coordenador do dossiê, que contém ensaios, inéditos e depoimentos. A secção de ensaios inclui três relacionados com o espólio – o meu, intitulado ‘A poesia póstuma de Carlos de Oliveira’, sobre a questão do arquivo, o de Rui Mateus, ‘Reescrever o definitivo’, sobre as traduções de poesia realizadas pelo poeta, e o de Ricardo Namora, ‘Uma outra Finisterra para Carlos de Oliveira’ -, e ainda dois sobre aspetos diversos da obra do autor: o de José Geraldo, ‘Dizer a poesia de Carlos de Oliveira: Maria Barroso e Manuela Porto’, e o de Clara Rowland, ‘Quadros do mundo’, uma aproximação de Finisterra. Paisagem e Povoamento a O sol do marmeleiro, do cineasta espanhol Victor Erice.

O dossiê inclui ainda inéditos – um texto sobre João José Cochofel e cartas a Benjamin Abdala Júnior e Giulia Lanciani – bem como depoimentos.

O volume foi objeto de um lançamento no Museu do Neo-Realismo, a 6 de maio do ano corrente, com a presença de Nuno Júdice, diretor da revista, e a minha. Na ocasião foi exibido o filme «Cinema», de Fernando Lopes, produzido para a Porto Capital Europeia da Cultura, em 2001. Filme muito raramente visto, sobre o Teatro Sá da Bandeira, no Porto (que a câmara percorre em panorâmicas e travellings inesquecíveis), mas também sobre Aurélio Paz dos Reis, conclui com a leitura, por Isabel Ruth, em cima de uma grua, e a meio do palco, do poema ‘Cinema’, de Carlos de Oliveira.